A energia elétrica desempenha um papel fundamental em nossas vidas cotidianas, alimentando uma variedade de dispositivos e sistemas essenciais em nossas casas. No entanto, apesar de sua onipresença, muitas pessoas têm dúvidas sobre como a eletricidade realmente funciona em suas residências.
Tendo isso em mente, Nelson Volyk, gerente de engenharia de produto da Sil e Cabos Elétricos, esclarece algumas das perguntas mais comuns sobre energia elétrica, desde como ela é distribuída até como podemos utilizá-la de forma segura e eficiente. Confira!
1. O que é tensão?
A tensão, popularmente chamada de voltagem, se refere à diferença de potencial elétrico entre dois pontos. “Trata-se da força necessária para que os elétrons se movimentem e gerem a corrente elétrica. Nesse processo, ela pode ser contínua ou alternada”, explica Nelson Volyk.
A tensão contínua pode ser compreendida ao se analisar uma pilha ou uma bateria constituídas por um polo positivo e negativo, assim como a geração de energia com módulos solares. Para essa distinção, padronizou-se o cabo preto para o negativo e o vermelho para o positivo.
Por outro lado, a tensão alternada é recebida através da concessionária de energia e é responsável por alimentar tomadas, iluminação e os produtos de maior consumo de energia como os chuveiros. Nesse caso, não há o positivo e o negativo, mas uma fase e um neutro, duas fases e até três fases – essa está relacionada às instalações maiores e de maior consumo elétrico. “Essa definição depende de cada região do país”, explica o especialista.
2. Qual a diferença entre voltagem e amperagem?
A corrente elétrica é popularmente chamada de amperagem devido à unidade de medida da corrente elétrica ser o ampère (A), que tecnicamente falando indica o deslocamento ordenado das cargas. Em uma instalação elétrica, o cálculo do projeto de cada circuito denomina o cabo elétrico a ser usado em função da corrente elétrica que irá passar por ele.
“A conta é diretamente proporcional: quanto maior a corrente elétrica consumida, maior será o consumo”, diz o gerente da Sil. No caso da tensão é mais simples, pois os cabos usados em instalações fixas possuem isolação de 750 V ou 1.000 V e as tensões mais utilizadas são a 127 V, 220 V e 380 V. “A depender dos transformadores da concessionária que servem a localidade, ainda há outras como as de 110 V e 440 V”, acrescenta Nelson Volyk.
3. Quais são as diferenças entre tensões 127 V e 220 V?
O Brasil possui diferenças entre as tensões elétricas de um estado para outro e até mesmo entre cidades vizinhas. Isso acontece, pois, durante o processo de implantação da energia pública no país, cada empresa contratada trouxe o seu padrão – por exemplo, o padrão inglês. Segundo o engenheiro, uma análise prática é pensar que um equipamento de 127V, quando conectado em uma tomada de 220V, terá seu funcionamento danificado. No contrário, se um aparelho 220V foi inserido em uma ligação 127V, terá um desempenho fraco ou não funcionará completamente.
4. A tensão 127 V é mais econômica do que a 220 V?
Não. Conforme esclarece Nelson Volyk, o consumo é determinado pela potência elétrica do aparelho. Como exemplo, ele pontua que um chuveiro elétrico de 7500 W registrará o mesmo consumo elétrico, independentemente de ser 127 V ou 220 V.
“Nesse caso, a diferença financeira está apenas na instalação elétrica, visto que um chuveiro ligado em 220 V terá uma corrente menor do que um chuveiro de mesma potência ligado em 127 V. O que muda é a seção nominal do cabo. No caso de 220 V será menor do que o de mesma potência em 127V, que terá o condutor de maior seção”, relata ele, afirmando que o cabo mais fino é mais barato do que aquele de maior seção nominal.
5. Como medir a voltagem da tomada do imóvel?
O aparelho para medir a tensão de uma tomada é o voltímetro e é possível contar também com o multímetro, normalmente o mais usado, que também analisa a corrente e a resistência elétrica no aparelho. “No caso do voltímetro, de simples manuseio, basta o morador colocar no plugue para realizar a conferência da tensão. Já o multímetro pede um pouco mais de conhecimento, mas tem suas vantagens principalmente na versão digital”, detalha o engenheiro.
Outra forma de saber se é 127 V ou 220 V é usar pequenos dispositivos que, geralmente, são fabricados no formato de um plug. Ao ser inserido na tomada acende um led se for 127 V e outro led se for 220 V.
6. Quais são os erros mais comuns nas instalações das tensões 127 V e 220 V?
O especialista da Sil Fios e Cabos Elétricos adverte sobre duas situações a serem evitadas durante as instalações:
Cabo dimensionado de forma incorreta: isso acontece quando a seção nominal do cabo, também conhecido como ‘bitola’, é inferior à necessária para o projeto. A situação pode incorrer em aquecimento excessivo do cabo, aumento da conta de energia e riscos de curto-circuito;
Cabos fora de norma: resultado de uma quantidade incorreta de cobre, a utilização torna-se insegura e responsável por um consumo elevado de energia;
Não ter a identificação na tomada da tensão elétrica: ao ser ligado um aparelho 127 V em uma tomada de 220 V, ele poderá queimar.
7. Como ter certeza sobre a segurança das instalações?
Seja para uma nova instalação, reparo ou complemento de uma já existente, é sempre recomendado a contratação de um profissional especializado para o exercício da função.
8. O que é voltagem bivolt e como funcionam esses aparelhos?
A dupla tensão não se refere à tomada, mas que o produto elétrico funcionará tanto em 127 V ou 220 V. Ele funcionará corretamente independentemente da tensão elétrica da tomada que será ligado.
9. Quais são as preocupações importantes ao se usar um ‘benjamin’?
Também conhecido como ‘T’ ou pino três saídas, pode vir o risco de uma sobrecarga. A tomada que será ligado o ‘benjamin’ pode ser de 10 A ou de 20 A, e a soma do consumo elétrico dos produtos ligados nele não podem ultrapassar a corrente elétrica do benjamin que é 10 A.
10. Como posso garantir o uso seguro de um ‘benjamin’?
Além de respeitar a corrente máxima do ‘benjamin’, que é 10 A, não se deve ligar um ‘benjamin’ em outro. Existem produtos de consumo elétrico elevados e muito próximo dos 10 A, então nesse caso não se deve utilizar ‘benjamin’.
Por Glaucia Ferreira
Fonte: Jovem Pan Read More