Apesar de haver sites para cadastro em vagas de emprego e uma rede social voltada para quem busca networking e oportunidades no mercado de trabalho, o currículo é uma importante ferramenta para quem quer atrair a atenção dos recrutadores.
Mesmo utilizando as alternativas citadas, muitas empresas ainda solicitam que os candidatos anexem o currículo para análise. Assim, saber como montar este documento é um passo fundamental para quem deseja conquistar o primeiro emprego e começar a construir uma carreira de sucesso.
No entanto, é preciso conhecer as principais características para deixá-lo atrativo, visando potencializar o surgimento de novas oportunidades. Para que os interessados consigam demonstrar aos possíveis empregadores as suas habilidades e aumentar as chances nas vagas almejadas, o diretor nacional de operações da Microlins, Rafael Cunha, concede algumas dicas. Confira!
1. Informações para colocar no currículo
Segundo o especialista, quando os recrutadores recebem um currículo, checam primeiramente as principais informações pessoais do candidato, pois é dessa forma que a empresa poderá contatá-lo para a vaga. Ou seja, é imprescindível deixar seus dados claros e de fácil visualização.
Neste caso, você pode incluir nome completo, idade, telefone e celular, e-mail, endereço completo e redes sociais, mas apenas as que forem relacionadas com o cargo. No entanto, alguns dados não devem constar neste documento, como CPF e RG. No caso de fotos, ela faz parte da apresentação e demonstra o cuidado que você tem com o que faz.
“A principal dica é ser objetivo, pois currículos muito longos podem ser desinteressantes, fazendo com que a pessoa responsável não leia tudo e que as informações realmente importantes fiquem escondidas no meio de tanto texto”, explica Rafael Cunha.
Para ele, as informações que vale a pena inserir no currículo são:
Dados de contato, além de formação, instituição de ensino e ano de conclusão;
Experiência profissional, detalhando as atividades desenvolvidas, ferramentas utilizadas e alguns resultados conquistados;
Qualificação complementar, como cursos;
Idiomas e outras habilidades;
Ferramentas que você sabe utilizar, principalmente na área de informática ou tecnologia.
“Algo muito procurado atualmente também são as soft skills, habilidades comportamentais relacionadas a maneira como o profissional lida com o outro e consigo mesmo em diferentes situações”, acrescenta.
2. Objetivo profissional
O próximo passo é definir o objetivo profissional e justificá-lo no restante do currículo. Para decidir, pense em responder essa pergunta: “O que você quer ao enviar seu currículo?”. O candidato deve pensar na vaga em que deseja atuar e mencionar essa função no tópico “objetivo” – que deve ser o primeiro item após os dados pessoais. Essa informação deve ser personalizada de acordo com cada oportunidade buscada.
3. Formação
Após deixar clara a principal motivação para a candidatura, é a hora de destacar a formação, seja ela ensino médio, superior, pós-graduação, MBA ou especializações. Isso vale também para cursos extracurriculares, que ajudam a compor o conhecimento adquirido em determinado segmento, e no caso de idiomas, sempre deixando claro o nível de proficiência, como básico, intermediário, avançado ou fluente. Normalmente, os recrutadores gostam de ver candidatos que se dedicaram aos estudos e que ainda buscam por mais conhecimento.
4. Experiências e habilidades
Em seguida, chegou o momento de inserir as experiências. “O que muitas pessoas pensam quando estão se candidatando para a primeira vaga de emprego é que não haverá nenhuma experiência para colocar no currículo. Mas trata-se de uma percepção equivocada. Quando você é novo no mercado de trabalho, deve destacar projetos voluntários ou avulsos que participou, detalhando um pouco suas tarefas e quais habilidades foram exigidas. Isso auxilia bastante na conquista do primeiro emprego”, aconselha o diretor nacional de operações da Microlins.
Quase chegando ao fim do documento, é importante constar as habilidades técnicas, como PowerPoint, Word e Excel, por exemplo, além das habilidades comportamentais, como comunicação, organização, trabalho em equipe, criatividade, dentre outras soft skills, que interferem diretamente no trabalho e na convivência com os colegas de trabalho.
5. Certificações e detalhes complementares
Outro item do currículo são as certificações, principalmente quando há especializações em determinadas áreas que agreguem ao cargo pretendido. Já na parte de informações complementares, é possível descrever alguns hobbies que sejam interessantes ou úteis para a vaga, como fotografia.
Se você tem disponibilidade para viajar, mudar de cidade, ou se possui alguma deficiência, tais pontos precisam ser destacados. Além disso, é importante colocar se você tiver meio de locomoção próprio. Dependendo da vaga, pode ser necessário ou até um diferencial.
6. Cuidados com o texto do currículo
Conforme Rafael Cunha, para construir um currículo atrativo, que ajude a conquistar o recrutador, é importante considerar a simplicidade e a objetividade na apresentação. “É recomendado evitar o uso exagerado de cores e optar por layouts fáceis de ler em smartphones. No caso da formatação, prefira usar uma fonte legível, como a Arial, e utilize um espaçamento adequado entre as linhas, de 1,5 cm, pois isso facilita a leitura do responsável pela seleção”, diz o especialista.
Além disso, ele recomenda ter muito cuidado com a ortografia. “Fazer revisões antes de enviar o currículo assegura que os erros não passarão despercebidos e isso aumenta as chances na seleção. Evite os jargões como “sou um profissional dedicado”; “tenho facilidade em aprender”; “sou persistente e resiliente”; “estou disponível para qualquer cargo”; “sou pontual e nunca vou me atrasar”. Por fim, não coloque data nem assinatura no currículo, pois se trata de um documento simplificado e informativo”, finaliza Rafael Cunha.
Por Marcela Baptista
Fonte: Jovem Pan Read More