6 dicas para tratar a queimadura de sol

Ir à praia ou tomar banho de piscina, esses são alguns dos passatempos favoritos de quem deseja se refrescar durante os dias de calor. No entanto, antes de expor o corpo ao sol, é importante lembrar dos cuidados com a pele para prevenir desconfortos, como a queimadura solar, uma reação inflamatória aguda que ocorre após a superexposição à radiação ultravioleta.

“Ela causa danos diretos ao DNA, resultando em inflamação e morte de células da pele. O risco é maior em áreas de altitude, particularmente em pessoas com tipos de pele clara. Queimadura solar na infância ou adolescência pode dobrar o risco de desenvolver melanoma, o tipo mais sério de câncer de pele, mais tarde na vida”, explica a dermatologista Dra. Jade Cury, presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP) e doutora pela Unifesp.

Riscos do excesso de exposição solar

Além do câncer de pele, exposição excessiva ao calor e ao sol pode causar outros problemas à saúde. “A insolação, uma condição grave que ocorre quando o corpo se aquece muito devido à exposição ao calor e ao sol, também imunodeprime a pele e outros sistemas, favorecendo infecções como herpes simples”, explica a dermatologista.

De acordo com o Dr. Daniel Cassiano, diretor de Comunicação da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP), não é só a herpes simples que pode afetar a qualidade da pele. “Além disso, a exposição crônica ao sol acelera o envelhecimento cutâneo, representado pela flacidez e perda de viço da pele, e provoca manchas brancas e marrons nas áreas expostas. Ademais, o principal fator de risco para o câncer de pele é a radiação UV. Dessa maneira, se proteger do sol evita essas consequências para a saúde da pele”, alerta.

Sintomas de queimadura solar

Os sintomas de queimadura solar geralmente se desenvolvem de duas a seis horas após a exposição ao sol e atingem o pico em cerca de 12 a 24 horas. “A pele pode ficar quente, vermelha, inchada, sensível e bolhas podem se formar”, explica a Dra. Jade Cury.

Queimaduras mais graves podem causar complicações que afetam não apenas a pele, mas também o bem-estar geral do paciente. “Em casos graves de queimadura solar, é possível desenvolver desidratação, desequilíbrios eletrolíticos e infecção secundária da pele; o paciente também pode apresentar náuseas, febre e até desmaios. Distúrbios visuais, confusão mental e fraqueza também servem como sinais de alerta para casos graves em que a busca por auxílio médico é fundamental, já que, em casos raros, a reação pode ser potencialmente fatal”, alerta a dermatologista.

Medidas para aliviar e acelerar a recuperação da pele

Em casos mais brandos, há uma série de medidas para aliviar o desconforto e ajudar no processo de cicatrização da pele após queimaduras solares. A seguir, confira as indicações dos dermatologistas:

1. Evite exposição solar e use roupas largas

Quando a pele sofre uma queimadura solar, é importante tomar medidas rápidas para minimizar os danos. “É recomendável agir rapidamente, saindo do sol. A partir disso, evitar a exposição solar nessa área é fundamental. Também orientamos usar roupas largas de algodão que permitam que a pele ‘respire’ sobre as áreas queimadas de sol”, explica o Dr. Daniel Cassiano.

Analgésicos de venda livre aliviam a dor e reduzem a inflamação causada pela queimadura solar Imagem: Aquarius Studio | Shutterstock

2. Utilize analgésicos de venda livre

Quanto ao uso de medicamentos, a Dra. Jade Cury enumera os mais indicados. “Analgésicos de venda livre podem ajudar a aliviar a dor e reduzir a inflamação causada por queimaduras solares. Medicamentos anti-inflamatórios não esteroides, como ibuprofeno, devem ser continuados por um período de pelo menos 48 horas se não houver contraindicações. O paracetamol ajudará com a dor, mas tem pouco efeito sobre a inflamação”, explica.

3. Resfrie a pele

Resfriar a pele também pode ajudar. “Tomar um banho ou ducha fria pode ajudar, desde que o chuveiro tenha um fluxo suave de água em vez de estar na potência máxima. Se surgirem bolhas, indicamos não esfregar a pele com toalha, mas secar suavemente”, completa a Dra. Jade Cury.

4. Use cremes e loções sem perfume

Após o banho ou ducha, cremes ou loções sem perfume para acalmar a pele podem ser aplicados. “É indicado repassar camadas de cremes pós-sol para reduzir a aparência de descamação e isso pode precisar ser continuado por várias semanas. Géis ou loções contendo aloe vera, alfa bisabolol, vitamina E, vitamina B5 e calamina podem ser benéficos para acalmar a pele, pois têm efeito anti-inflamatório e calmante”, diz o Dr. Daniel Cassiano.

No entanto, se a queimadura solar for mais grave, pode haver complicações que exigem cuidados médicos específicos. “Em caso de infecção das queimaduras com o aparecimento de pus, é necessário antibiótico”, conta o dermatologista. O corticoide também pode ser necessário, sendo prescrito por um médico. 

5. Hidrate-se

Como as queimaduras solares podem estimular a perda de fluidos pela pele, beber bastante água ajuda a evitar a desidratação, facilitando a recuperação. “O álcool deve ser idealmente evitado durante esse período, pois piorará a desidratação”, diz a Dra. Jade Cury.

6. Não estoure as bolhas

É importante conter a vontade de estourar as bolhas, caso elas surjam. “Não é indicado estourar bolhas, pois isso pode levar a infecção e cicatrizes. Elas se resolverão sozinhas depois de alguns dias. Enquanto isso, trate a pele com cuidado”, completa a dermatologista.

Invista em proteção solar

A principal dica para evitar queimaduras solares é ir à praia ou estar em exposição solar direta nos horários recomendados: até às 10 horas da manhã e depois das 16 horas, pois existe uma menor incidência da radiação ultravioleta B. “No período das 10h às 16h, a combinação da radiação ultravioleta B com a radiação ultravioleta A, de raios mais curtos e mais longos, aumenta o risco não só de queimadura como de outros danos”, comenta o Dr. Daniel Cassiano.

Além desses horários, o filtro solar deve ser aplicado 30 minutos antes da exposição solar direta, além de ter FPS de no mínimo 30. “Por fim, além do uso de chapéus, bonés e roupas com FPS, é recomendada a reaplicação do protetor, na quantidade correta, a cada 2 horas ou após entrar na água”, finaliza a Dra. Jade Cury.

Por Guilherme Zanette

Fonte: Jovem Pan Read More

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