As bolsas de água quente e as compressas de gelo costumam ser utilizadas para ajudar a aliviar dores musculares, reduzir inflamações e auxiliar na recuperação de lesões. Seja no contexto esportivo ou no dia a dia, as compressas têm sido empregadas como uma forma de autotratamento para diversos desconfortos físicos.
No entanto, o uso frequente desses métodos sem considerar suas aplicações específicas e sem orientação médica gera uma série de mitos em torno de sua eficácia e segurança. Assim, Bernardo Sampaio, fisioterapeuta e Diretor Clínico do ITC Vertebral de Guarulhos, esclarece alguns equívocos relacionados ao uso de compressas frias e quentes em lesões. Confira a seguir!
1. A bolsa de água quente é mais eficaz do que gelo para tratar contraturas musculares
Bernardo Sampaio explica que, dependendo da lesão, a água quente pode ajudar a relaxar os músculos e aliviar a dor em casos de contratura muscular, mas nem sempre é a melhor opção. “Além disso, procure conciliar o uso da bolsa de água quente com outras medidas. Exemplos simples podem ser: se a tensão for nas costas, fazer leves e pequenas caminhadas durante o dia pode ajudar a diminuir as dores; ou, então, se o pescoço ou nuca estiverem tensionados, optar por não dormir de bruços”, completa o especialista.
2. O gelo é anti-inflamatório
Quem nunca foi aconselhado a usar gelo para ajudar em inflamações? “O uso de pedras de gelo no momento da lesão promove o que chamamos de vasoconstrição, que nada mais é do que a contração dos vasos sanguíneos. Além disso, ele auxilia no controle do edema, mas não há evidências de que melhore a inflamação do local”, explica o fisioterapeuta.
3. A aplicação de calor é sempre melhor do que o gelo para relaxar as estruturas musculares
O fisioterapeuta diz que “cada caso é um caso”. Porém, sim, a bolsa de água quente pode ser uma excelente opção para dores de cabeça, cólicas menstruais, dores musculares pós-treino ou depois de realizar exercícios físicos.
4. O gelo é mais eficaz do que o calor no tratamento de tendinopatias
O gelo ajuda a controlar o edema (inchaço) quando ocorre, o que não é muito comum na tendinopatias, mas pode acontecer. Acreditava-se no poder anti-inflamatório do gelo para as tendinopatias, porém foi visto que essas propriedades são muito fracas e ainda podem atrapalhar na recuperação do tendão.
“Para tratar corretamente as tendinopatias, uma série de cuidados devem ser tomados: o uso de talas na região do punho pode auxiliar em um primeiro momento (não como recurso único); repouso absoluto não é indicado, pois devemos, na verdade, controlar a carga que será exercida no tendão para uma boa recuperação do tecido, então exercícios leves e específicos devem ser utilizados”, explica Bernardo Sampaio. Além disso, segundo o profissional, o uso de anti-inflamatórios e analgésicos sob prescrição médica, combinados à fisioterapia, é a principal forma de garantir que as dores não persistam.
Por Fernanda Cezar
Fonte: Jovem Pan Read More