No dia 24 de abril é celebrado o ‘Dia Internacional do Cão-Guia’, em homenagem ao papel dos pets na promoção de autonomia para pessoas com deficiência visual. Na data, também é ressaltado a importância do treinamento dos cães para exercer essa função, que não é nada simples e exige alguns cuidados.
Como é o treinamento do cão-guia ?
Segundo Marina Meireles, médica veterinária comportamentalista no Nouvet (centro veterinário de nível hospitalar em São Paulo), o treinamento começa quando os cães são filhotes. “Eles são selecionados com base em suas características de temperamento, inteligência, obediência e disposição para o trabalho. Durante o processo, aprendem uma variedade de comandos, desde caminhar em linha reta até desviar de obstáculos e reconhecer sinais de trânsito. Após a conclusão do treinamento, os cães são cuidadosamente combinados com um usuário, considerando fatores como estilo de vida, personalidade e preferências”, esclarece a veterinária.
Habilidades ensinadas aos cães
Além dos comandos básicos, os cachorros são treinados para tomar decisões independentes, focadas em manter a segurança de seus tutores. Isso inclui avaliar quando é seguro atravessar uma rua, por exemplo, e agir para evitar perigos potenciais. Essa habilidade é essencial para garantir a autonomia das pessoas que dependem dos animais para se locomover em ambientes urbanos.
Não distrai o cão-guia
Neste contexto, por mais tentador que seja interagir com um cachorro na rua, é necessário respeitar o cão-guia e entender que ele está auxiliando o seu tutor. Por isso, a recomendação é não distraí-lo com carícias ou alimentos, não chamar sua atenção e não tentar guiá-lo sem ser solicitado. “Isso garante que o cão possa se concentrar em sua tarefa principal, que é ajudar a pessoa a chegar no seu destino”, alerta a veterinária.
Benefícios dos cão-guia para pessoas com deficiência
Ao oferecer apoio emocional, aumentando a confiança e a autoestima de seus parceiros humanos, o cão-guia também facilita a mobilidade, promove a inclusão e a igualdade. “Com uma grande responsabilidade, o papel desses pets na sociedade vai além da assistência física. Eles viabilizam que pessoas cegas ou com baixa visão vivam vidas plenas e produtivas, desafiando estereótipos e preconceitos, além de participar de atividades cotidianas e se integrar completamente à sociedade”, defende Marina Meireles.
O que acontece com o cão-guia quando ele se aposenta?
Quando atingem a idade de aposentadoria, que ocorre quando os cães têm entre oito e dez anos, ou apresentam problemas de saúde, eles podem ser retirados da função. Nesse momento, passam por um novo processo de adoção ou são realocados para programas de reabilitação. Assim, outros pets recebem treinamentos adequados para assumirem o papel de guia. Caso o tutor decida manter os dois companheiros, é preciso harmonizar a convivência para que ambos entendam seus novos papéis.
Por Maria dos Santos
Fonte: Jovem Pan Read More