Areias Monazita
A origem do termo “Cidade Saúde”, deve-se as areias monazíticas de Guarapari, pois estas areias são indicadas para os casos de reumatismo articular e muscular, de artrite deformante e de diferentes etiologias, de nevralgias, mialgias e enfermidades muscular, alergias, sistema nervoso, gota, anemia, nervosismo de insônia, inapetência e perturbação digestiva. O termo monazita provém do grego monazein- “estar solitário”, o que indica a sua raridade.
As areias monazíticas de Guarapari foram descobertas entre 1898 e em 1906 começaram a ser explorada pela MIBRA (Monazita Ilmenita do Brasil) , que instalou uma usina para fazer beneficiamento das areias monazíticas, exportando o produto para ser tratado na França. A Mibra era administrada por Boris Davidovitch, cidadão russo naturalizado americano.
A Mibra explorou as areias de Guarapari até os meados dos anos 60 quando o Governo começou a taxar realmente a sua exploração e exportação. Os proprietários da MIBRA abandonaram a usina e foram embora, acredita-se que já estavam satisfeitos pela grande exploração feita até então.
Após o abandono da MIBRA, a ‘NUCLEMON (Nuclebrás de Monazita e Associação Ltda), subsidiária da NUCLEBRÁS, passou a explorar as areias de Guarapari, mas o prefeito Graciano Espíndula (1.983/1.988) proibiu a extração das areias nas praias da cidade quando era o prefeito.
Os tipos de Areias Monazita
ILMENITA – De cor preta. É constituída de: Titânio, ferro, magnético, outros metais e vem sempre acompanhada de rutilo e hematita. Usada na indústria metalúrgica.
GRANADA – De cor vermelha, é encontrada em abundância em Guarapari, mas somente em pequenos cristais, o que a torna inaproveitável para a fabricação de jóias. Contém, em proporções variáveis, o alumínio, o ferro, o cobre, o cálcio, o magnésio, o manganês e outros metais. Usada na fabricação de vidros especiais para lente microscópios, telescópios e lentes fotográficas.
ZIRCONITA – De cor zinza, tem zircônio. É utilizada na indústria ótica e de vidro, na indústria química e metalúrgica, na fabricação de esmaltes porcelanizados, louças de primeira qualidade, cerâmicas sanitárias, etc.
MONAZITA – Amarela escura. É um fosfato de diversos metais, que contém Tório, do qual se extrai o Hélio e outros metais, usados na desintegração atômica. Ricas em Terras Raras: o Samário de alta pureza que é empregado na fabricação de minúsculos super- ímãs, usado na miniaturização dos equipamentos eletrônicos, da indústria aeroespacial aos fones de ouvido de alta sensibilidade acústica, componentes de computadores e motores de carro; o Neodímio junto com o Ferro e o Bório fabrica-se outro super-ímã, ainda mais avançado e barato que está dominando a eletrônica. O ítrio serve para produzir ligas metálicas para avião, a cerâmica de alto desempenho que fazem os trens balas japoneses levitarem, e é responsável pela fluorescência do aparelho de televisão. O Samário, o Európio, o Gadolínio e o ítrio entram na fabricação de tinta que torna os aviões imperceptíveis aos radares, (““ desenvolvido nos laboratórios do Instituto de Pesquisa da Marinha- IPQM, no Rio de Janeiro”). O Homio, o Túlio e o Érbio são usados para fabricar raio laser que está substituindo a broca dos consultórios dentários, tecnologia desenvolvida por cientistas brasileiros do IPEN-SP ( Instituto de Pesquisa Engenharia Nuclear.). As Terras Raras entram na fabricação de pedras de isqueiros e das baterias dos telefones celulares.
O Brasil ocupa o segundo lugar em posse de reserva de Terras Raras do planeta, são calculados aproximadamente 29 milhões de toneladas, a China ocupa o primeiro lugar.
As areias monazíticas, atraem uma grande quantidade de turistas e pessoas que buscam tratamento para diversos tipos de doenças, e só em estar na Cidade de Guarapari, a radioatividade que atua no solo e na atmosfera, já constitui um tratamento para que está nas terras de Guarapari, mesmo que esteja fora das praias.