Ao longo deste mês, é realizada a campanha ‘Março Lilás’, cujo objetivo é conscientizar a população sobre a prevenção e o combate ao câncer de colo uterino, doença causada por alguns tipos do Papilomavírus Humano (HPV). Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o terceiro tumor maligno mais frequente na população feminina no Brasil. No entanto, ele pode ser evitado e, até mesmo, tratado.
O que é o câncer de colo uterino?
Conforme a fisioterapeuta pélvica Débora Pádua e o Dr. Alfonso Massaguer, ginecologista e obstetra, o câncer de colo do útero é um tipo de tumor que se inicia nas células do colo do útero, na parte inferior que se conecta à vagina.
O HPV é uma infecção sexualmente transmissível muito comum e, na maioria das vezes, não causa danos. Porém, em alguns casos, ocorrem alterações das células que podem evoluir para o câncer.
Sintomas e diagnóstico da doença
Segundo o Dr. Alfonso Massaguer, pacientes com câncer de colo do útero geralmente são assintomáticos durante os estágios iniciais. No entanto, em estágios avançados, podem apresentar alguns sintomas, como:
Sangramento;
Secreção vaginal;
Alterações urinárias ou intestinais;
Dor.
O médico explica que o diagnóstico precoce só é possível com exames ginecológicos, como o papanicolau, exatamente porque os sintomas só costumam ocorrer em estágios mais avançados. “O exame mais importante é o papanicolau ou esfregaço cervical, em que extraímos células do colo uterino para análise. Se houver alguma alteração no exame físico ou no papanicolau, podemos realizar uma biópsia”, acrescenta.
Efeitos do tratamento para o câncer de colo uterino
Um dos tratamentos desse tipo de câncer se chama braquiterapia, que traz algumas consequências, porém, quando tratadas com fisioterapia pélvica, elas podem ser reversíveis. “Uma delas é a alteração que acontece no canal vaginal, chamada ‘estenose’, que é quando o canal fecha, começando do fundo para a entrada da vagina. Ou seja, a paciente começa a perder por completo o seu canal vaginal se não estiver o acompanhamento de fisioterapia pélvica”, diz Débora Pádua.
Além deste, a fisioterapia pélvica também pode ser uma aliada, pois permite que as mulheres continuem tendo uma vida sexual ativa e continuem com os exames de acompanhamento da doença. “O ideal é que as mulheres iniciem a fisioterapia junto ao tratamento, porém, é importante ressaltar que as alterações na vagina podem ocorrer em até um ano após o início da braquiterapia”, revela a especialista.
Formas de prevenção
A principal forma de prevenção do câncer de colo uterino é a vacina contra o HPV e o sexo seguro, com uso de preservativos durante a relação. Além disso, também é importante realizar o exame preventivo (papanicolau), que detecta alterações celulares precoces, e a fisioterapia pélvica. “Recomenda-se que mulheres com qualquer dor ou dificuldade em realizar exames ginecológicos busquem a fisioterapia pélvica para poderem manter a prevenção em dia”, finaliza Débora Pádua.
Por Mayra Barreto Cinel
Fonte: Jovem Pan Read More