Recomendada quando há evidências de um colo do útero fraco, incapaz de sustentar o peso do feto durante a gestação ou mais curto do que o considerado ideal, a cerclagem uterina desempenha um papel significativo na prevenção de complicações durante a gravidez, especialmente em casos de insuficiência cervical.
Identificada no ultrassom transvaginal e no exame de toque, o problema acomete cerca de 1% das mulheres. O procedimento cirúrgico – que pode ser feito via vaginal ou abdominal – visa evitar que a criança nasça prematura, permitindo uma gestação mais segura.
Diferenças entre a cerclagem vaginal e abdominal
No caso da cerclagem vaginal, ela pode ser realizada entre 12 e 16 semanas de gestação. Durante o procedimento, o profissional da área introduz um fio ou uma banda em torno do colo do útero para proporcionar suporte adicional. Na maioria dos casos, é aplicada anestesia epidural (anestésico local que é aplicado na coluna vertebral). A intervenção só pode ser realizada durante a gravidez e não é indicada para pacientes que ainda não engravidaram, mesmo que já tenham histórico de abortos anteriores.
A cerclagem abdominal, por sua vez, é feita por meio de uma incisão no abdômen. É indicada quando não é possível fazer a suturação por meio da vagina da paciente gestante ou quando a paciente já foi submetida à cerclagem vaginal e o procedimento não apresentou resultado.
Momento ideal para realizar o procedimento
O recomendado é que este procedimento seja realizado antes de a paciente engravidar, mas, caso não seja possível, após a 12ª semana de gestação. A cirurgia deve ser executada pela via laparoscópica ou robótica, uma vez que a abordagem minimamente invasiva é associada com melhor recuperação e menos chance de complicação.
Riscos da cirurgia
De modo geral, a cerclagem uterina é um procedimento seguro, mas existem alguns riscos, tanto para a criança quanto para a paciente, como:
Rompimento das membranas amnióticas;
Infecção uterina;
Sangramento vaginal;
Laceração do cérvix.
Recuperação
A recuperação é bastante rápida, permitindo que a paciente volte à sua rotina entre três a cinco dias. No entanto, deve-se evitar fazer esforço, a fim de não comprometer os resultados esperados pela cirurgia. Além disso, uma informação importante é que é possível fazer a remoção da cerclagem após as 37 semanas de gestação.
No entanto, caso a paciente já saiba que o parto vai ser realizado por cesariana, não é necessário fazer a remoção da cerclagem, já que poderá ser válida para uma próxima gravidez. Nesse sentido, todas as decisões devem ser alinhadas entre médico e paciente.
Por Dr. Thiers Soares
Especialista em cirurgias ginecológicas minimamente invasivas, experiente em endometriose, adenomiose e miomas.
Fonte: Jovem Pan Read More