No último sábado (17/08), o anúncio da morte do apresentador Silvio Santos, aos 93 anos, comoveu o Brasil. Conhecido por sua icônica prática de jogar aviõezinhos de dinheiro para a plateia, o comunicador marcou gerações e deixou um legado de saudade no coração de muitos, especialmente entre seus fãs, que enfrentam o processo de luto.
“Quando um ídolo morre, especialmente aquele com quem os fãs têm uma conexão emocional forte assim como esse grande comunicador, é comum que eles experimentem uma série de emoções intensas, como tristeza, negação e até mesmo depressão”, afirma a psicóloga Tatiane Mosso. Este processo, apesar de muitas vezes relativizado, pode ser explicado pela neurociência e a psicologia.
Como o cérebro lida com o luto?
Segundo a especialista, no nível neurobiológico, o cérebro dos fãs pode ser ativado de maneira semelhante à perda de um ente querido próximo. “A região do cérebro associada ao processamento emocional, como o córtex pré-frontal ventromedial e a amígdala, pode estar envolvida na experiência do luto. Essas áreas podem desencadear respostas emocionais intensas e memórias associadas ao ídolo falecido”, revela.
Além disso, a psicologia desempenha um papel fundamental na compreensão do luto. “Existem diferentes teorias e modelos que explicam as fases e processos pelos quais as pessoas passam durante o luto, como o modelo de Kübler-Ross, que descreve as fases de negação, raiva, negociação, depressão e aceitação. No entanto, é importante ressaltar que o luto é uma experiência individual e única para cada pessoa, e nem todos passam por todas as fases descritas”, esclarece Tatiane Mosso.
Aprendendo com a perda
Durante o luto, é comum que os fãs busquem apoio em pessoas que também tinham aquela figura como ídolo, compartilhando histórias, memórias e emoções. Esse processo ajuda a criar um senso de comunidade e solidariedade entre aqueles que estão passando pelo mesmo luto.
“Em última análise, a morte de um ídolo pode ter um impacto significativo na vida dos fãs, desencadeando um processo de luto complexo. Compreender as bases neurocientíficas e psicológicas do luto pode ajudar a normalizar essas experiências e fornecer suporte adequado para aqueles que estão enlutados. Isso acontece porque o luto não se resume apenas à saudade e à ausência de quem partiu, mas envolve também tudo o que esse ídolo representou na vida daqueles que ficaram”, finaliza a psicóloga.
Por Mayra Barreto Cinel
Fonte: Jovem Pan Read More