Investir na jornada do colaborador é investir na estratégia de negócios, uma vez que os resultados dependem do grau de comprometimento e satisfação dos colaboradores. Não se dedicar na jornada pode comprometer o alcance das expectativas dos funcionários, levando à diminuição da produtividade, ao aumento da rotatividade de profissionais e à dificuldade em atrair novos talentos.
De alguns anos para cá, as pessoas têm priorizado outros aspectos além de salário e benefícios na hora de escolher uma empresa para trabalhar. Nesse contexto, entram na equação, principalmente, a cultura organizacional, a qualidade de vida que o profissional terá na posição ocupada e a experiência que a empresa proporcionará a esse colaborador durante a jornada de trabalho.
Inversão de prioridades
Isso não significa que a remuneração financeira não seja importante, porém tem crescido a exigência em relação à experiência que esse profissional terá na organização. Muitas vezes, ao que parece, bons salários não são mais suficientes para reter grandes talentos, conforme mostra uma pesquisa realizada pela Microsoft em 2021.
Segundo os dados coletados pela companhia, 18% das pessoas decidiram se demitir a partir do entendimento que a rotina profissional caminhava na contramão de suas prioridades pessoais. Desse total, 24% dos entrevistados disseram ter pedido desligamento para priorizar a saúde mental e o bem-estar. Em contrapartida, perante esses pedidos de demissão, a ausência de promoções ou aumentos salariais foi a justificativa menos mencionada, com 19%. Isso ilustra ainda mais essa inversão de prioridades.
Jornada de trabalho acolhedora
A partir dessas informações, fica claro que as empresas precisam priorizar uma jornada de trabalho atraente para o colaborador. Isso significa levar em consideração a diversidade do público interno, de forma que a empresa consiga se conectar genuinamente com cada profissional de forma um pouco mais personalizada.
Quando a jornada conquista o colaborador, ela consequentemente promove bem-estar, garante fit cultural e faz com que esse profissional se sinta acolhido e pertencente à empresa. Com isso, a produtividade aumenta, o engajamento ganha força e a cultura organizacional se mantém viva.
Todos esses pontos são essenciais para integrar as equipes ao fluxo da comunicação. Afinal, se o colaborador não se sente bem-informado, não tem espaço para desenvolver sua voz ativa ou não enxerga o valor que seu trabalho tem para o crescimento do negócio, provavelmente ele passará a se sentir desmotivado em sua rotina.
Importância da comunicação interna
Algumas iniciativas podem ser desenvolvidas para fazer com que essa jornada consiga ser trilhada de forma mais atrativa e personalizada. Para isso, é essencial que a empresa conheça detalhadamente o perfil das pessoas que integram a organização. Informações como faixa etária, nível de escolaridade, aspectos regionais, traços de raça e cultura, questões de gênero, religiosidade e outras são importantes ferramentas para a compreensão geral de como é constituída a força de trabalho na empresa.
Essas características permitem que setores como os de CI e de RH desenvolvam ações afirmativas, promovam a diversidade e construam a comunicação de forma mais humanizada. Afinal, por mais que a cultura organizacional seja uma só, a intenção deve ser conseguir conectá-la ao maior número de colaboradores possível. O segredo está em contar com uma plataforma de comunicação interna, que permita essa uma análise qualificada do perfil do colaborador e um acompanhamento contínuo do engajamento desse profissional.
Pilar estratégico para atrair e reter talentos
Assim, munida de dados para conduzir as melhores estratégias e construir uma jornada cada vez mais atrativa para os profissionais, a comunicação interna pode ser uma importante aliada da empresa que visa atrair e reter talentos. Não é à toa que, segundo um estudo publicado pela Gallagher em 2022, a área de CI é vista por 82% dos respondentes como um dos principais impulsionadores da experiência do colaborador na organização.
Ou seja, cabe ao setor fortalecer aspectos da cultura, conhecer a rotina de trabalho, monitorar o clima organizacional e garantir que todas as pessoas estejam envolvidas na construção dessa jornada. Afinal, é por meio da comunicação interna que a empresa se aproxima das pessoas para que, juntas, caminhem rumo ao sucesso e ao bem-estar corporativo.
Por Hugo Godinho
CEO da Dialog, HR Tech líder em Comunicação Interna e engajamento no Brasil
Fonte: Jovem Pan Read More